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Presídios: humanização e terceirização. Uma solução viável!

 


Se formos analisar a situação em que se encontram os presos no Brasil, no que se refere principalmente a condição humana, vamos verificar que pior do que está não pode ficar!


Os erros são incontáveis, mas um dos que favorecem o alto índice de reincidência, é justamente o tratamento dispensado a estes infelizes que optam em seguir pela senda do crime.


Como criminalista, pude observar durante vários anos, que o cidadão quanto mais mal tratado, mais castigado, tanto mais revoltado voltará para a sociedade. O fato de ter sido tratado na cadeia, no presídio ou na penitenciária, sem a mínima condição de se ressocializar, sem qualquer condição digna de um ser humano, faz com que este cidadão se revolte e apenas se criminalize, ou seja, ele sente que a sociedade o odeia e que se está preso é porque a vingança foi feita.


O cidadão que delinque tem consciência de seu delito e sabe que deve resgatar sua culpa perante a sociedade, no entanto, esta pena que lhe é imposta não deve ter a conotação de vingança, mas uma oportunidade para que a sociedade propicie a ele condições de melhorar sua auto estima, dando-lhe oportunidade para estudar e se profissionalizar.


Com isto, a sociedade deve entender que este preso, ao sair da prisão, terá condições e incentivo para voltar para casa de cabeça erguida, melhorado em todos os sentidos. A Penitenciária Industrial de Joinville é um exemplo disto, o preso que entra deixa do lado de fora o crime cometido.


Nenhum colega sabe do crime que cometeu e nem ele sabe o que seus colegas fizeram. Isto evita a estigmatização e ajuda o cidadão a esquecer o que foi. Lá ele tem oportunidade de estudar e de se profissionalizar. Pelo trabalho realizado ele tem dois benefícios principais: primeiro a remição de sua pena - para cada três dias trabalhados, tem descontado um dia de sua pena e, segundo, 75% do valor que a empresa paga é do preso que, usa parte para despesas e outra parte fica acumulando e recebe ao sair da prisão.


E tem mais, todos recebem tratamento digno em ambiente limpo, organizado e com muita disciplina. O índice de reincidência neste sistema terceirizado é de apenas 6%, contra mais de 80% no sistema comum. Temos sim é que lutar para que os que se encontram segregados, recebam tratamento condizente com ser humano! Só assim, conseguiremos diminuir a criminalidade, pois a reincidência tem servido para "engordar" esta lamentável incidência.


Texto enviado pela leitora Isolde Inês Lemfers (isolde@lemfers.com.br), advogada criminalista, de Blumenau






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