É preciso ir além das políticas atuais para combater crack
Terça-Feira, 23 de Maio de 2017

Foto: BandNews FM

A cracolândia da Radial Leste, em São Paulo, teria aumentado de tamanho após a megaoperação policial que ocorreu no último domingo no Centro da capital paulista. Quem mora e trabalha na região afirma que, nos últimos dois dias, o número de pessoas que vivem nos barracos perto do viaduto Bresser cresceu significativamente (foto). Há relatos de que se vende e se consome droga no local 24 horas por dia.

Identidade

A questão é simples: o problema do crack não será resolvido em São Paulo, onde é mais gravenem em qualquer outra cidade do país enquanto as políticas públicas de combate ao problema não incluírem estratégias mais eficientes de reinserção dos usuários no meio social. Não basta fazer operações policiais localizadas, muito menos oferecer opção de internamento para quem, voluntariamente, quer ajuda para deixar o vício.

As pessoas que chegam àquele estado de entrega à droga perdem qualquer noção de discernimento, perdem a clareza de raciocínio necessária para pensar no que é melhor pra si, perdem a própria identidade. São zumbis mentalmente, que subsistem apenas para consumir a próxima dose. Então é preciso encontrar meios administrativos, sanitários e legais para tirá-las deste estado de sobrevida e dar-lhes a oportunidade de raciocinar em sã consciência. 

Alternativa

Oferecer alternativas para quem quiser mudar de vida também é indispensável – por que não pensar em um estímulo financeiro para os que desejarem trabalhar ou estudar, por exemplo, quem sabe uma pequena poupança, que só poderia ser retirada depois de certo tempo, mediante comprovada mudança de hábitos e de conduta.  

Qualquer que seja a alternativa, é preciso que seja adotada, porque, com os métodos de sempre, o problema não será resolvido. 

Blumenau

Blumenau, que não tem grandes cracolândias a céu aberto mas tem versões reduzidas no encondidinho dos becos, das barrancas de rio e dos imóveis abandonados, precisa ficar de olho. Afinal, sabe-se que muitos dos roubos e assaltos que já ocorrem na cidade são fruto do desespero pela droga.

Editado pelo AeF, com informações da redação da Band



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