Fotos: Eraldo Schnaider/Secom BNU
Na última segunda-feira foi entregue Ã
comunidade a pavimentação da rua Artur Schlupp, no bairro Ãgua Verde. Seria a 57ª obra concluÃda por meio do programa
Pavimenta Ação, sistema de mutirão entre moradores e poder público em Blumenau.
Chamam a atenção dois aspectos do fato:
- A verossimilhança da informação oficial
sobre a extensão da obra: 210 metros. Pela vista da imagem acima, feita em
perspectiva e publicada com o material de divulgação produzido pelo
departamento de comunicação da prefeitura, o número poderia ser tranquilamente supervalorizado,
pois olhando para a foto tem-se a impressão de que o trecho asfaltado é maior.
Se o responsável pela divulgação da informação quisesse mentir ou chutar,
portanto, não teria muito problema para fazer isso. Ponto para quem manteve a
correção do dado divulgado.
- O poder público precisa pensar
seriamente em adotar medidas para vincular a construção de calçadas à obtenção
de benefÃcio através do programa de mutirão, que oferece contrapartida
financeira da prefeitura – no caso da rua Artur Schlupp foram R$ 150 mil
investidos pelo caixa do municÃpio, segundo informação oficial. Blumenau tem um problema sério com calçadas,
e mesmo assim obras aparentemente bem planejadas e executadas como esta ganham
vida sem um passeio público adequado. Questão de respeito ao pedestre e
estética urbana, não custa chamar prorietários de imóveis à responsabilidade no
momento da pavimentação em conjunto. É o melhor momento para isso, porque depois, como se
sabe, vai ficando, vai ficando, vai ficando.
Cobertor
Em 2017, 10 ruas vinculadas ao programa
Pavimenta Ação tiveram as obras concluÃdas, em asfalto ou lajotas. Mais 13
pavimentações já estão contratadas pelo sistema, que conta atualmente com a
adesão de 145 vias da cidade.
Quando se olha para o número total de
ruas de Blumenau, superior a 4 mil (das quais muitas já pavimentadas,
evidentemente), pode parecer pouco 57 ruas pavimentadas pelo programa. Mas
quando se olha para a situação dos cofres públicos, principalmente nos
municÃpios, percebe-se que talvez isso seja o que dê para fazer com o
curtÃssimo cobertor da administração pública, que gasta quase 70% de seus
recursos com a folha do funcionalismo, 25% com custeio da máquina e só 5% com
investimentos – sem falar na distorção do Pacto Federativo, que concentra
recursos em BrasÃlia para deixar estados e municÃpios à mÃngua.
Imaginação
Agora faça um exercÃcio de imaginação e
tente calcular quantas ruas seria possÃvel pavimentar caso uma reforma série e comprometida da
máquina pública e do Pacto Federativo deixasse mais recursos na origem da
arrecadação e tornasse o governo mais eficiente e menos oneroso.