3G estatal chegará a SC em 2018, inaugurando novos serviços da Telebras no país
Terça-Feira, 12 de Dezembro de 2017

Foto: Jaqueline Noceti/Secom SC

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, recebeu o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, na última segunda-feira em Florianópolis (foto). O encontro selou parceria entre o estado e a União para levar internet de banda larga a áreas rurais e localidades que ainda não têm o serviço em SC, primeiro estado a ser beneficiado pelo programa Internet Para Todos, do governo federal, lançado em 2011 pela então presidenta Dilma Rousseff. Meta é colocar primeiras antenas em funcionamento já em 2018.

A ideia central do projeto é utilizar um satélite do governo brasileiro, lançado em maio deste ano, para levar internet de alta velocidade a onde as operadoras de telefonia ainda não levam. O município que quiser participar deve se inscrever no programa e, se for selecionado, será responsável por ceder um terreno, além de custear despesas de energia elétrica e segurança do local. O governo federal faz a instalação de todo o equipamento sem custo para as prefeituras.

– Santa Catarina é o Estado certo para ser o pioneiro neste projeto. Temos uma boa distribuição demográfica, uma força muito grande na área rural e um trabalho já feito junto com o ministério nas escolas – destacou o governador.

Estatização

Na prática o programa Internet Para Todos marca o renascimento da Telebras, estatal das telecomunicações que já teve o monopólio da telefonia no país mas tornou-se uma espécie de fantasma no armário após a privatização do sistema, na década de 1990.

Em se tratando de Brasil, é sempre inquietante ver o Estado entrando no mercado para oferecer serviços ao consumidor. Por isso o ideal seria estimular mais a concorrência entre empresas privadas, abrindo o mercado para maior número delas e com isso expandindo a oferta, para melhorar a qualidade e diminuir o preço. Ao contrário, no entanto, o governo prefere concentrar a oferta de telefonia e dados na mão de três companhias e, agora, uma estatal ressuscitada.

Aprendizado

De qualquer forma, as áreas rurais sem acesso a internet vão agradecer se o novo modelo funcionar e levar um serviço de qualidade a um preço justo ao consumidor. Se o histórico do país depõe contra a ideia do Estado como prestador de serviços essenciais, como telecomunicação, quem sabe o futuro possa mostrar que nunca é tarde para se aprender com os erros cometidos e mudar de atitude. 

Não é fácil acreditar nisso em se tratando de gestão pública no Brasil, mas também não é impossível. Não custa tentar, pelo menos. Mas é preciso ficar de olho bem aberto, para não criar só mais um puleiro no galinheiro das raposas.

 



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