Esta é uma dúvida que abre asas e as bate de um lado para o outro, entre o acúmulo de informações técnicas de uma gravidez que a futura mãe precisa absorver, praticar ou não, continuar com a malhação durante a gestação, não são dúvidas tão esporádicas quanto se acredita.
Uma gestante pode praticar exercÃcio fÃsico? Quais? E qual a moderação desta pratica? Após muitas destas perguntas ao Carinho de Mãe, resolvemos montar um “manual†sobre os mitos e verdades da atividade fÃsica durante a gestação.
Para nos auxiliar nesta tarefa, convidamos o profissional César Ronchi, personal training, formado em Educação FÃsica pela Universidade Federal de Blumenau (Furb), que possui uma vertente de trabalho, bem diferenciada, com grupos especiais de gestantes e terceira idade, com dez anos de função, vem para ressaltar, esclarecer e eliminar todas as dúvidas e os medos sobre o assunto.
Confira a entrevista abaixo:
Análise em Foco - Quais os benefÃcios de praticar atividade fÃsica durante a gestação?
César Ronchi - Ela ajuda a manter o bem- estar fÃsico e mental durante os nove meses, diminuindo o estresse, favorecendo o ganho adequado de peso no pré-natal (o que diminui a incidência de doenças), além de fortalecer a musculatura e propiciar alongamento e relaxamento, extremamente necessários para a adaptação da coluna e as modificações geradas pelo aumento do volume abdominal.
AEF - É possÃvel praticar atividade fÃsica em até que perÃodo da gestação?
César - Não existe um perÃodo máximo, tem casos de mulheres que praticam atividades ate os nove meses, basta que sigam orientação individualizada da modalidade e intensidade dos exercÃcios, e lógico, mantenham o acompanhamento pré-natal em dia. Contudo, existem contradições absolutas, como o risco de parto prematuro. De qualquer forma, a orientação junto ao obstetra é imprescÃndivel.
AEF - A gestante pode fazer quaisquer exercÃcios? Quais os mais indicados?
César - Não existe um tipo de exercÃcio ideal para a gestante. A escolha de ser individual, e levar em conta sua adaptação ao exercÃcio, prazer e bem-estar. Certos exercÃcios, como a ioga, podem contribuir também para o equilÃbrio da mente e controle da ansiedade. A caminhada, simples, de baixo impacto e fácil de praticar em qualquer lugar, é ótima para obter condicionamento cardiovascular, melhora a circulação e fortalece a musculaturadas das pernas. O pilates fortalece a musculatura das costas, do abdômen, da pélvis e da parte interna das coxas, o que melhora a postura e auxilia no momento do parto normal. A hidroginástica é um exercÃcio completo que envolve alongamento, trabalho cardiovascular e fortalecimento da musculatura. Também é excelente para trabalhar o equilÃbrio corporal, já que o peso da gestante está concentrado na barriga. O contato com a água ajuda no relaxamento e tem baixo impacto. A musculação deixa os músculos mais trabalhados, além de ser ótimo para evitar a flacidez, ajuda também a controlar o peso e com isso eleva a auto-estima. Músculos fortes favorecem a postura e promovem maior equilÃbrio para sustentar seios e barriga. Porém nada de sobrecarga com pesos.
AEF - E quais cuidados a mãe deve tomar?
César - Antes de iniciar qualquer atividade, a gestante deva passar por uma avaliação médica e fÃsica. Procurar um bom profissional para orientação da atividade é fundamental, pois o controle da pressão arterial, frequência cardÃaca e a intensidade dos exercÃcios são ainda mais importantes nesse perÃodo.
AEF - Para as gestantes que antes não praticavam nenhuma atividade fÃsica, qual a prática mais ponderada para começar a se exercitar?
César - Não existe uma atividade mais indicada para se iniciar, deve-se procurar uma atividade que você se sinta bem. Lógico que atividades de alto impacto não são indicadas. Já uma caminhada pode ser realizada em qualquer lugar, não tem custo e não tem desculpa, já que caminhar todo mundo sabe.
AEF - Pode-se avaliar ou medir o quanto se deve fazer de exercÃcio?
César - Há mais de 25 anos foi divulgado pela maior autoridade cientÃfica do segmento, o Colégio Americano de Ginecologia e ObstetrÃcia (ACOG), que as mulheres grávidas deveriam manter 140 batimentos por minuto durante a atividade fÃsica, sendo ela uma pessoa ativa ou sedentária. Por muitos anos esta premissa foi utilizada sem nenhuma contestação e até hoje profissionais desavisados e desatualizados continuam utilizando esta forma de controlar a intensidade de exercÃcio.
No entanto, hoje sabemos que não é mais recomendada. Mesmo porque, os batimentos da gestante aumentam em torno de 15 a 20 batimentos, ou seja, a frequência cardÃaca não é a melhor forma para controlar a intensidade. Outra forma bastante utilizada é a ventilação, em outras palavras, a respiração, o (talktest) onde a gestante tenta conversar enquanto se exercita. Durante a gestação a respiração se altera, ficando aumentada, mesmo no inÃcio da gestação. Muitas vezes a gestante fica ofegante com pouco esforço, também não é a melhor forma de controlar intensidade do exercÃcio.
Mas a melhor forma com certeza é a percepção subjetiva de esforço. A gestante precisa perceber que nota ela dá para seu esforço fÃsico. Sendo que quanto maior o valor mais intenso está o exercÃcio.
AEF - Qual o melhor horário para as mães praticarem exercÃcio?
César - Não existe um horário especÃfico, apenas evite os horários do dia em que a temperatura estiver mais elevada.
AEF - Para as mães que já malhavam, continuam normalmente?
César -Não, elas precisam passar por uma avaliação médica e contar com o acompanhamento de um profissional de Educação FÃsica qualificado para orientar a gestante neste trabalho, pois cargas de intensidade e volumes de exercÃcios devem ser revistos.
SERVIÇO
César Ronchi - Personal Training CREF 007.282-G/SC
E-mail : crroncho@yahoo.com.br
Mariza Schultz Mariza Schultz tem 32 anos, é esposa de Fernando Schultz há nove anos e mãe dos pequenos Gustavo Henrique, de cinco anos, e Giovana Thaís, de três. “Depois da chegada deles, descobri minha verdadeira vocação: ser mãe”, costuma dizer ela, com muito orgulho da profissão: mãe e dona de casa. “Nem sempre é fácil, mas certamente é maravilhoso e compensador”. Em Carinho de Mãe, ela divide esta experiência com você. |