SMART TV Jà É REALIDADE E EM POUCOS ANOS SUBSTITUIRà COMPUTADOR


No final de 2010, escreveu-se aqui sobre a futura fusão da televisão e do computador, que, através da internet, unirão mídias diferentes e colocarão veículos virtuais de comunicação em pé de igualdade na competição de mercado e audiência – clique aqui e confira.


Pois bem, o processo não só já está em andamento como está em ritmo acelerado. No ano daquele editorial, anunciava-se a chegada ao mercado, no início de 2011, das primeiras TVs com acesso à internet – restrito ao Google, redes sociais e dois pares e meio de sites (cinco no total), incluídos no equipamento através de grandes (enormes, gigantescos) acordos comerciais, provavelmente. Fabricadas pela Sony, elas estão à venda hoje, em qualquer magazine, por preços que variam entre R$ 1,5 e R$ 6 mil.


No final de 2011, as Smart TVs, como ficaram conhecidos estes aparelhos (em provável alusão aos Smart Phones, que trouxeram a web para o telefone), ofereciam acesso a 27 sites diferentes e a Sony já encarava as primeiras concorrentes – Philips, Panasonic e Samsung, principalmente. Em 2012, a oferta de opções deve seguir crescendo em progressão geométrica, para, em cinco ou seis anos, talvez um pouco mais (dificilmente mais de 10), tornar-se livre e democrática como o é a própria rede mundial de computadores. Teremos, então, a World Wide Web das TVs, que abrirá precedentes poderosíssimos para o avanço de novas formas de produção televisiva e estas, por sua vez, incluirão uma multiplicidade bem maior de veículos de comunicação, inclusive os que já operam atualmente na Web. Um movimento que certamente afetará o poder dos grandes impérios e democratizará ainda mais a informação, o  entretenimento e a cultura.  


O que deve segurar o avanço deste processo por algum tempo ainda é o interesse das grandes corporações de comunicação, que ainda têm na TV sua principal fonte de domínio econômico e logram forte influência sobre as esferas político-econômicas que determinarão a velocidade deste mecanismo de democratização. A própria Sony, com seus braços de entretenimento – entre os quais grandes estúdios de Hollywood –, teme bastante o efeito da internet sobre direitos autorais e monopolização de audiência. Os grandes conglomerados de TV no Brasil também, por saberem que na internet a ferramenta monopolista da “telinha†não funciona tão bem e todos lutam com as mesmas armas na guerra pela audiência e pelo anunciante. A concorrência acirrada entre os grandes portais da Web, como Eband, G1, R7, UOL e Terra, é prova isso, assim como o crescimento comercial de novas iniciativas empreendedoras na comunicação, como é o caso do Análise em Foco.


Teria o Grupo RBS vendido o portal Zás (que deu origem ao Terra), há cerca de 15 anos, se imaginasse que hoje ele teria mais acessos e faturaria mais que o Clicrbs (e ainda mantendo a sede em Porto Alegre, no quintal da família Sirotsky)? Talvez a noção equivocada da época, de que internet nunca daria dinheiro, até possa ter influenciado a decisão do conglomerado gaúcho, mas isso é algo que apenas seus executivos podem esclarecer. O fato é que a internet estava só chegando ao Brasil e muita gente acreditava piamente que seria só coisa de desocupados ou nerds. Erraram e erraram feio, e o resultado hoje está aí: os grandes impérios, entre os quais a própria RBS, estão atirando para todos os lados em busca de rentabilidade na Web, mas já com um vigor bem menor que o logrado nos tempos de monopólio.


O fato é que já está mais do que provado que o controle remoto substituirá o mouse e o teclado (confira na foto acima) e a TV ocupará o lugar do monitor. Trata-se de um caminho sem volta, que, uma vez percorrido, extinguirá o modelo atual de televisão – aquele de programação linear, mantendo a atenção do telespectador por um tempo e depois torrando-lhe a paciência com publicidade de gosto duvidoso, num conhecido, viciado e manjado ciclo que divide filmes e novelas em partes. A produção de conteúdos na TV, assim como a publicidade, será semelhante à da Web, compartimentada, dividida em tópicos, para que o próprio internauta escolha o que quer ver.


Neste contexto, entretanto, os websites que utilizam forma e linguagens atuais também ficarão obsoletos  e sumirão do mapa rapidamente se não se reinventarem. Estarão para a comunicação como estão hoje os jornais impressos: em vias de extinção. Por isso, o processo que está em curso representa grandes oportunidades e, ao mesmo tempo, desafios perigosíssimos para quem empreende na internet. Veículos como o Análise em Foco e todos os demais portais de conteúdo editorial, dos grandes aos pequenos, precisarão se reinventar e passar por um deadline vital em cinco ou 10 anos. Poderão crescer largamente ou acabar extintos, dependendo de como estarão preparados para este momento.


O AEF já olha para frente e começa a repensar seus fundamentos, conceitual e materialmente, de olho neste novo tempo que se avizinha no horizonte da comunicação. Um tempo em que você vai poder escolher entre as novelas da Rede Globo e os editoriais exclusivos do Análise em Foco ao toque de um único botão, sem levantar do sofá nem trocar de equipamento. Isso nos motiva e assusta ao mesmo tempo, evidentemente.


Mas, como receio e cautela também fazem parte da formulação de estratégias, acreditamos que estaremos preparados quando este novo tempo chegar. E esperamos que você, caro e estimadíssimo internauta, seja nosso parceiro nesta caminhada de tantas e profundas revoluções. Só chegaremos ao final dela, aliás, se você continuar fiel a nós, como o fez até agora. Juntos, seguiremos nesta saga até agora vitoriosa, se tudo der certo. Trabalhar, e muito, para isso, nós iremos, é só você seguir conosco. Até 2020, portanto, caros parceiros de revolução


 

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