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AÇÃO SOCIAL EFICIENTE É A QUE LIVRA DA DEPENDÊNCIA, Jà DIZIA REAGAN
Sexta-Feira, 03 de Outubro de 2014

Há muito tempo que o Análise em Foco vem defendendo a tese de que os programas assistenciais do governo precisam de uma reciclagem. Quem navegar por nossas páginas, encontrará referências de longa data ao assunto.


Ponderamos que os benefícios obtidos pela adoção destas políticas já estão consolidados, precisando agora de um realinhamento para continuar dando resultados positivos. Iniciadas na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e aprofundadas nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousaseff (PT), as iniciativas públicas de distribuição de renda foram decisivas para reverter o quadro de colapso social que ameaçava alguns segmentos da sociedade brasileira, não resta dúvida, mas mostram-se esgotadas em sua capacidade de contribuir com o desenvolvimento da nação.


Ocorre que a dose do remédio está ficando excessiva e, como diz o folclore popular, começa a transformá-lo em veneno.  Prejudicando a capacidade de investimento do país, por um lado, e transformando as massas de beneficiados em grandioso capital eleitoral, por outro.


É o que se pode concluir a cada vez que a presidenta Dilma Rousseff lembra dos 50 milhões de brasileiros que hoje dependem da mesada estatal para sobreviver, praticando algo semelhante ao que se poderia chamar de terrorismo eleitoral. A cada lembrança, o mesmo tom ameaçador: se você não elegê-la, o benefício será cancelado.


Definitivamente, a gastança paternalista do atual modelo de assistencialismo estatal passou a ser perniciosa. Tanto para a economia, que se ressente da degradação das contas públicas, quanto para o sistema institucional, que tem o equilíbrio ameaçado ao ancorar uma eleição na enorme massa de dependentes da caridade pública. Uma ameaça à democracia, inclusive.


Urgência


Por isso é hora de se promover mudanças nos mecanismos de ação social do país. Não se trata de acabar com o Bolsa Família de um dia para outro, pois isso sequer é possível atualmente, considerando a forte dependência criada nos brasileiros pela oferta de subvenção financeira. Mas é preciso pensar em como reduzir esta dependência, e urgentemente.


Em Parabólica, o colunista Thomas Madrigano lembra observação feita pelo ex-presidente norteamericano Ronald Reagan, para quem a qualidade de um programa social se mede pelo número de pessoas que deixam de depender dele, e não pela quantidade de gente que ele atinge.


Como em se tratando de desenvolvimento social e econômico temos muito mais a aprender do que a ensinar aos poderosos vizinhos do Norte*, melhor refletirmos logo sobre o assunto, antes que seja tarde demais.


* Trecho alterado após a publicação, para efeito de aperfeiçoamento formal do conteúdo    




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