Análise em Foco – O Sr. imaginava que os números pudessem ser tão favoráveis nesta eleição?
Raimundo Colombo: Olha, a gente acompanhava as pesquisas durante a campanha e sentia que elas eram muito favoráveis. Mas a gente seguiu sempre com os pés no chão, sabendo que o que vale é o resultado das urnas. Não entramos no clima do "já ganhou". Temos é que agradecer aos catarinenses pela confiança de nos dar um novo mandato. Muito obrigado a todos!
AeF – Qual foi o grande mérito da estratégia de campanha?
Colombo: Fizemos uma campanha limpa, propositiva, mostrando o que a gente fez no governo no primeiro mandato. E o resultado está aÃ. A grande estratégia foi informar a população sobre o que foi feito nos últimos quatro anos. Porque a gente vê que o governo faz muita coisa, mas conversando com as pessoas nem sempre elas sabem disso. Então a estratégia principal foi mostrar tudo isso, principalmente através das histórias de pessoas simples, de todos os cantos do estado, que em algum momento foram ajudados pela ação do governo.
AeF – Nos quatro anos que já se passaram, quais foram os grandes acertos do governo?
Colombo: Olha, é difÃcil resumir tudo numa resposta curta. Mas nós primeiro precisamos de tempo pra conhecer o governo, entender como ele funciona e planejar. Depois buscar os recursos, fazer as licitações, tudo aquilo que exige a burocracia pública. A partir daÃ, considero que o nosso maior feito foi criar o Pacto por Santa Catarina, esse conjunto de obras que vai mudar a cara do nosso Estado. São mais de dez bilhões de reais investidos em todas as áreas. Todas. Segurança, saúde, educação, rodovias, prevenção à s enchentes. Outro grande feito foi a gente ter criado as condições para que Santa Catarina seja um estado próspero, com pouco desemprego. Porque o que dá dignidade à pessoa é um emprego, é a renda. É ela chegar em casa no final do dia cansada, mas satisfeita sabendo que não faltará comida na sua mesa.
AeF – E os maiores erros?
Colombo: Nosso grande problema, na verdade o problema do estado brasileiro como um todo é a burocracia, né? É uma coisa que amarra a gente, que nos prende, que angustia. A gente não consegue fazer tudo o que quer, na velocidade que deseja. E as pessoas cobram da gente, porque o responsável pela obra é o governante. Ninguém quer saber se houve um problema ambiental, um recurso judicial de uma empreiteira que perdeu a licitação ou foi desclassificada. As pessoas querem a obra pronta. E elas têm razão nisso. Então o grande desafio que tivemos até aqui e que continuaremos a ter é lutar contra isso, é vencer a burocracia e fazer o interesse do cidadão, da sociedade, ser maior que a burocracia.