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MANTER QUALIDADE COM ORÇAMENTO MENOR É DESAFIO DA 32ª OKTOBERFEST
Terça-Feira, 06 de Outubro de 2015

Nesta quarta-feira tem início mais uma Oktoberfest, em Blumenau, cidade símbolo da colonização alemã no Sul do país. Será a 32ª edição, consecutiva, daquele que é considerado o maior evento da tradição germânica nas Américas. Sem ter falhado uma única vez desde a primeira edição – nem mesmo quando a cidade foi afetada por desastres naturais, como enchentes e deslizamentos –, a festa organizada pelos blumenauenses continua sendo um case notável de organização, por isso seria redundante ressaltar mais uma vez suas virtudes. Trata-se realmente de um evento que deve orgulhar não só Blumenau e Santa Catarina, mas todo o Brasil, por figurar entre as principais opções de turismo e lazer do país, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros. 

Organizada desde 1984, a Oktoberfest de Blumenau também já encarou algumas crises financeiras e econômicas. Passou pela turbulência da hiperinflação de José Sarney, pelo confisco da poupança de Fernando Collor, pela crise cambial de Fernando Henrique e, agora, pelo colapso das contas públicas da gestão Lula-Dilma. A questão fundamental para este ano, portanto, é de que forma será possível organizar a festa com menos recursos e sem perder a qualidade.

As respostas começam a ser obtidas a partir desta quarta-feira, quando o Parque Vila Germânica dá início a mais uma edição da Oktoberfest. Sabe-se que a tesoura passou pelo orçamento da festa e foram cortados custos em diversos setores, da publicidade à limpeza das áreas adjacentes à Vila. O repasse de recursos para a Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB), por exemplo, sofreu um robusto corte de R$ 280 mil, deixando gente preocupada com a situação das ruas nas imediações do parque de eventos â€“ a URB geralmente é a responsável pela manutenção e limpeza destes locais.

Segundo relato de uma fonte, o clima teria até esquentado durante a organização do evento, quando URB, Vila Germânica e Secretaria de Serviços Urbanos (Sesur) teriam se desentendido em relação à conta da limpeza.

Naturalidade

O fato é que os cortes no orçamento da festa são mais do que naturais e até esperados em época de crise econômica e financeira. Considerando que eventual prejuízo com a organização do evento seria contabilizado nas contas públicas (no bolso do contribuinte, portanto), nada mais natural e recomendável que a cautela e a responsabilidade na hora de prepará-lo. Abrir mão de organiza-lo seria a saída mais drástica para driblar a crise, mas certamente não faria nada bem para a imagem da festa e da cidade. Pesa também o fato de que a Oktoberfest costuma dar lucro – e um bom lucro, que, por questões legais, vai para o fundo de turismo do estado.

Parece racional, portanto, que se tenha economizado com a organização da festa este ano. Que cada uma das partes, portanto, saiba ceder um pouco, para que se possa dar à Oktoberfest 2015 o mesmo brilho de sempre. Um brilho que atrai milhares e mais milhares de visitantes de todo o país e também do exterior.

Consciência

Convém ressaltar que a Vila Germânica entregou novo pavilhão para a festa deste ano, com estrutura atraente, bem acabada e confortável, viabilizada com recursos do novo patrocinador da festa, sem nenhum ônus adicional para o caixa do município. A URB, por vez, vem adotando uma estratégia bastante rigorosa de redução de custos operacionais, contribuindo para o equilíbrio das finanças municipais. Neste contexto, talvez fosse a vez da Sesur oferecer um “algo a mais†no esforço extra, para que Blumenau faça bonito mais uma vez e dê novo exemplo de organização, eficiência e comprometimento com metas.

O mais importante, contudo, é que tudo dê certo, independentemente das responsabilidades e compromissos a serem assumidos por cada parte. Neste sentido, é muito importante também que os frequentadores da festa façam sua parte, evitando jogar lixo nas ruas. O consumo de chope e a alegria dos dias de folia na maior festa germânica do país não são desculpa para a falta de educação, muito menos de civilidade. Bote a mão na consciência, portanto, e aja como cidadão, não como vândalo.

Se todos fizerem sua parte, Blumenau certamente dará mais um bom exemplo e ainda ajudará a quebrar um pouco do gelo da crise. Ein Prosit, portanto, com crise ou sem crise, como sempre aconteceu.























 























 



 




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