De acordo com o profissional ouvido pelo AeF, a principal responsável pela não confirmação das previsões negativas foi uma tal de corrente de jato, como é chamada na linguagem meteorológica uma corrente de ar cuja velocidade pode superar os 300 km/h, em altitudes elevadas. Foi ela, teoricamente, quem empurrou as massas mais úmidas para o oceano e evitou índices mais altos de precipitação sobre o Vale do Itajaí.
No desenho reproduzido ao lado, está um gráfico produzido pelo Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA), serviço de gestão militarizada que mantém uma estação meteorológica em cada aeroporto do país, subordinado ao World Area Forecast Center (WAFC), sediado em Washington. Ele é fornecido a comandantes e co-pilotos para formulação de planos de voo, que precisam evitar situações extremas de intempérie. Com traços bem básicos, de fácil interpretação, mostra uma seta grande, realçada em negrito, vinda do Oeste em direção ao Leste, representando a corrente de jato que possivelmente levou as massas úmidas de altitude elevada do território catarinense para o oceano Atlântico, entre quarta e quinta-feira.
Foi um verdadeiro sopro de São Pedro para a população do Vale do Itajaí e de outras regiões de Santa Catarina, que poderiam ter sido bem mais afetadas pela chuva sem a poderosa massa de ar que veio do Pacífico em direção ao Atlântico, passando sobre a cabeça dos catarinenses e limpando o céu do estado.
- Confio muito nessas instituições, pois elas geram informações que viabilizam o voo. Não tem pano preto, tampouco interesse comercial ou catastrofismo. É informação crua, raw data - observa o aviador que fez as previsões para o Análise em Foco.