O Viaduto da Mafisa era a obra mais aguardada dos últimos anos
Quem circulou pela região no começo da manhã desta segunda-feira (31), contudo, ficou com a impressão de que a obra, do jeito que está, não passa de uma espécie de gambiarra, cara – custou cerca de R$ 10 milhões, com as desapropriações – e insuficiente.
Não é preciso ser especialista para perceber que a estrutura viária que envolve o viaduto, as rodovias e seus acessos tem um problema gravÃssimo: a ausência de vias marginais longas, que, na linguagem do planejamento urbano, funcionam também como caixas de estocagem do trânsito excedente.
Ou seja: quando o fluxo de veÃculos no ponto de convergência entre duas rodovias é maior do que a capacidade de vazão do mesmo, haverá interrupção do movimento e a formação de filas. No caso do Viaduto da Mafisa, estas filas formam-se sobre as duas rodovias, BR-470 e SC 474, e não sobre as marginais, praticamente inexistentes, bloqueando o tráfego em todos os sentidos e direções.
Foi o que aconteceu na manhã desta segunda-feira. Quem vinha pela BR-470, na direção Litoral-Indaial, e fazia a conversão para a SC-474, parava no ponto onde é feita esta convergência (foto 1).
Quem trafegava na mesma rodovia, mas em sentido contrário (Indaial-Litoral), parava no cruzamento entre os dois sentidos da BR-470 (foto 2), ao tentar convergir para a SC-474. Resultado: fila nos dois sentidos da estrada federal.
Quem vinha pela SC-474, na direção Itoupavas-Centro, encontrava fila formada por quem trafegava no mesmo sentido mas buscava a conversão para a BR-470 (foto 3), onde a estocagem de automóveis parados também excedeu a marginal de acesso e terminou sobre a pista da rodovia estadual.
Enquanto isso, a pista superior do viaduto e a continuação da SC-474 chegavam a ter capacidade ociosa (foto 4). Até porque a Pedro Zimmermann deveria receber também o fluxo de quem vêm pela BR-470 e deseja tomar a 474 para seguir no sentido Centro-Itoupavas.
Assim, fariam retorno já sobre o leito da rodovia estadual para então atravessar a BR-470, sobre o viaduto, e não por baixo dele, como demonstrado na foto 2.
Por isso, do jeito que está, o trânsito do local continuará trazendo dor de cabeça para quem vive e produz naquela região. E toda a cidade, assim como o Vale do ItajaÃ, seguem enfrentando este duro entrave de natureza logÃstica.
Mais uma vez, gestores públicos e representantes polÃticos ficaram a dever. Blumenau e o Vale merecem algo melhor e mais efetivo do que a gambiarra montada no cruzamento de rodovias tão importantes para o desenvolvimento econômico e social da região.
Foi um começo, mas só um começo. Sem vias marginais mais longas e praças de retorno adequadas, o Viaduto da Mafisa será insuficiente, como é simples constatar.