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CARGOS CRIADOS POR LULA NÃO SE JUSTIFICAM, ARGUMENTA KOFFLER
Segunda-Feira, 16 de Agosto de 2010

Com a devida vênia do ilustre reitor da Uniasselvi, a quem muito respeito e admiro, não concordo em absoluto com essa medida, interesseira e assaz onerosa, chancelada pelo atual presidente (clique e confira artigo do reitor da Uniasselvi, Malcon Tafner).


Primeiro, porque nunca, repito, nunca, o Sr. Lula da Silva vai se afastar da política. Provas disso são as inúmeras e dispendiosas ações que, pagas com recursos fáceis e a máquina pública, ele dedica à sua candidata à presidência, uma pessoa paupérrima em formação ou perfil para assumir o mais alto cargo da nação. Seguramente que, se não fosse por todo o estardalhaço e apoio marqueteiro que o Sr. Lula produz em prol da sua candidata, ela estaria hoje com índices mais baixos nas pesquisas de opinião (questionáveis, saliente-se);


Afinal, é uma nada ilustre desconhecida, só lembrada por suas ações terroristas em suas épocas de luta armada, nos tempos da revolução.


Segundo, porque de maneira alguma pode-se comparar (como o faz o Sr. Malcon Tafner) a realidade norte-americana com a nossa. Lá, as instituições públicas funcionam e são severamente controladas pelo Ministério Público Federal (que não é empregado delas), pela sociedade atenta e mais politizada que a nossa (mormente em relação às nossas camadas marginalizadas e nada politizadas) e por todas as instâncias do Judiciário, o que aqui parece não acontecer com similar eficácia e efetividade.


Legislar em causa própria (a exemplo de mais essa excrescência jurídica) é ansiar o poder permanente, eterno e absolutista, como parece ser o sonho do Sr. Lula e de toda sua trupe petista.


Bakunin já previa isso em suas sábias palavras, proferidas ainda no século XIX:


–  Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana.


Parece que, ao contestar, sonoramente, a torpe estratégia marxista (base do pensamento do partido vermelho-lulista), estava já prevendo os acontecimentos que advieram com a ascensão desse governo que aí está e que desmerecem maiores comentários, de tão ostensivos que são.


Enquanto o Brasil e a sociedade brasileira permitirem que governantes – seja em qual escalão se encontrem, do menor ao supremo da nação – se apropriem da nação e façam uso dela para seus próprios benefícios e os dos seus apaniguados, continuaremos a viver numa sociedade colonialista, escrava dos seus “senhores feudaisâ€, que se perpetuam no poder.


As capitanias hereditárias, já nos primeiros momentos do Brasil-colônia, são prova inconteste de que, de lá para cá, o nosso futuro nunca mudou. Só mudaram os nomes desses “senhores feudaisâ€. A escravidão, travestida de “democraciaâ€, continua a ser nosso sistema de vida social.


Quem duvida, que faça um exame de consciência, crítico e profundo, e verá que nossa realidade é essa, onde só mudam os adereços políticos de discursos vazios. O resto, continua a ser nosso lamentável e deprimente status quo.


Por Juan Ygnácio Koffler Añazco, consultor, escritor, professor e sociólogo jurídico.




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