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A SITUAÇÃO É GRAVE, MAS PODERIA SER PIOR
Quinta-Feira, 08 de Setembro de 2011

A se confirmar a previsão do Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops), Blumenau terá a quinta maior enchente de sua história. Com 14 metros, conforme previsto para às 5h desta sexta-feira, o nível do rio Itajaí-Açu seria menor apenas que o das enchentes de 1852, 1880, 1983 e 1984, quando chegou a 16.30, 17.10, 15.34 e 15.46 metros, respectivamente.


A diferença, desta vez, é que Blumenau está mais preparada para enfrentar as cheias. Do ativamento dos abrigos (15 já estão funcionando) ao sistema de alerta da bacia hidrográfica do rio Itajaí Açu, passando pela disponibilização das cotas de alagamento e das informações em tempo real, os mecanismos de prevenção hoje auxiliam a população a amenizar os prejuízos da cheia.


Principalmente depois de 2008, como lembra o prefeito João Paulo Kleinübing, as situações de emergência podem ser enfrentadas com muito mais organização e eficiência. Depois de ter sido destruída por três meses de chuva ininterrupta, Blumenau aprendeu a lidar de forma mais racional com as situações de risco. Também investiu mais em prevenção e resolveu alguns problemas, como o da foto acima, no bairro Fortaleza, onde o nível de alagamento foi reduzido em quase dois metros, após drenagem do Ribeirão Fortaleza.


Pesa ainda o fato de que a cheia das últimas horas deve começar a baixar rapidamente amanhã, se as previsões de fim da chuva se concretizarem.


É hora, portanto, de encarar a situação e não ficar pensando apenas no pior. Em seus 161 anos de história, Blumenau já encarou 84 enchentes – uma a cada dois anos, sendo a primeira já no segundo ano de fundação da colônia, em 1852, com 16,30 metros. Doze das 83 cheias ficaram acima dos 12 metros (ou seja, a cada 9,3 anos a cidade sofre com alagamentos acima deste patamar, como deve ocorrer agora), e apenas 27 delas foram abaixo dos 10 metros.


Por isso não desanimem, blumenauenses, o mundo não está acabando para vocês, as estatísticas mostram isso. Pelo contrário, está só começando, de novo. Afinal, Blumenau já mostrou que a cada reconstrução renasce mais forte e mais pujante.


Coisa que talvez só a seleção natural possa explicar: como só ficam em Blumenau os mais fortes, que topam arregaçar as mangas para reerguer a cidade a cada cheia, eles geram descendentes igualmente mais fortes e assim a cidade vai ficando mais forte também. Isso é Blumenau, é capacidade de trabalho, é perseverança, é vontade inacabável de lutar e vencer. Coisa que nem a água do rio leva embora.




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