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ITALIANOS APOSTAM EM ATIVIDADE TURÃSTICA, MAS SUGEREM REGULAMENTAÇÃO E INCENTIVO
Sábado, 08 de Dezembro de 2012

Quem desafia a rua Henrique Havenstein e suas estreitas curvas de barro termina recompensado pelo charme, espírito aconchegante e simpatia do endereço de número 636, cravado entre as montanhas da Vila Itoupava, em Blumenau. Ali, o casal Eleni Barani e Danilo Berti recebe os visitantes de sorrisos e abraços abertos. Entre duas casas (a que eles moram e a que acolhe a quem chega), um pequeno estacionamento à sombra das árvores é o palco do primeiro contato, para lá de amistoso e agradável, com o qual os dois italianos (ela descendente, ele migrante recém chegado) deixam suas visitas mais à vontade.


O próximo passo é conhecer a casa em estilo enxaimel, de 1932, recentemente reformada, cujo tombamento está sendo analisado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ali, há um ano e meio, funciona a Hostaria Filidoro. Detalhes sobre os deslumbrantes e apetitosos pratos servidos no local, você pode conferir no endereço www.gustocucina.blogspot.com.br, não é necessário fazê-lo aqui, onde o mais importante é destacar a magia bucólica e aprazível do lugar, assim como as dificuldades que ele enfrenta para se estabelecer como um negócio sustentável, enquanto Blumenau não elaborar uma política de regulamentação e incentivo do agroturismo e do turismo gastronômico.


– Lages, hoje, é a única cidade do estado que regula o setor e, com isso, incentiva o desenvolvimento de empreendimentos como o nosso – observa Danilo Berti, com o sotaque arrastado de quem mistura português, espanhol e italiano.


É preciso ir além da Oktober


A queixa do casal de empreendedores é que Blumenau, na opinião deles, volta suas atenções apenas para os grandes eventos, como a Oktoberfest e a Festitália (que, de italiana, tem pouco ou quase nada, segundo eles), por exemplo, deixando de lado o potencial de iniciativas que oferecem um serviço diferenciado e de alto valor agregado, como a gastronomia e a hotelaria campestre.  


– Hoje países como Itália e França concentram 70% de sua atividade turística nas regiões montanhosas, gerando divisas e riquezas para quem mora ali, ajudando a desenvolver regiões do interior – comenta o executivo do setor financeiro que deixou o emprego e o país de origem para morar e investir em Blumenau.


Está aí,portanto, uma boa dica para o próximo secretário de Turismo de Blumenau, já nomeado pelo prefeito eleito Napoleão Bernardes Neto (PSDB). Se quiser expandir os horizontes da atividade turística na cidade, o futuro gestor da pasta, Ricardo Stodieck, pode chamar figuras como Eleni Barani e Danilo Berti para um bate-papo em seu gabinete. Ou melhor: pode ir ao paraíso verde que o casal de italianos fincou no extremo Norte do município para uma conversa regada a muito vinho, azeite extra virgem, manjericão, tomates,  o limão siciliano  e os demais ingredientes da culinária mediterrânea, combinados de forma magistral por um ex-executivo apaixonado por gastronomia. Combinação certa para oferecer a turistas –a blumenauenses e vizinhos também, claro.


Assunto para nossos futuros gestores pensarem com carinho.


 




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