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RECURSOS NATURAIS SÃO A MAIOR RIQUEZA DA BOLÃVIA
Terça-Feira, 15 de Dezembro de 2009


No último dia 06 de dezembro de 2009, nossos queridos irmãos bolivianos foram protagonistas de um momento histórico para toda América Latina. A reeleição do indígena Evo Morales Ayma, um Aimará de luta incansável contra uma minoria usurpadora, que levou seu País a ser considerado o segundo mais miserável de toda América Latina.


As marcas da luta antiimperialista, contra governos neoliberais, o levaram por muitas vezes à beira da morte. Foi torturado e preso, conheceu na pele as atitudes animalescas dos privilegiados que detinham o poder na Bolívia.


Em dezembro de 2005, foi eleito presidente com 54,1 % dos votos, uma grande vitória. Mas, cercado por uma oposição forte, não obteve a maioria no Congresso, dominado pela oposição. Mesmo assim, começou uma batalha para colocar em prática a nova política socialista do Movimiento al Socialismo - Instumiento político por la Soberania del Pueblos (MAS-IPSP).


Pois, para fazer um novo país, era necessário criar bases sólidas, para dar suporte às diversas mudanças que passariam a ocorrer na Bolívia.


A nova constituição foi a mais árdua das batalhas, vencida com suor e lágrimas. A nova Carta Magna do país mudou diretamente a vida dos quase 10 milhões de bolivianos que habitam o país vizinho.


NOVA CONSTITUIÇÃO RECONHECE 36 DIFERENTES NAÇÕES BOLIVIANAS


Hoje o oriente e ocidente, norte e sul, campo e cidade, todos abraçaram uma nova Bolívia. Pela primeira vez, todos os povos foram incluídos, já que a Bolívia é plurinacional e reúne 36 nações num só país. Aimaras, Quéchuas, Toromanas, Yukis, Pacawaras, Guaranies, Mores, Itonamas, Chimanes, entre outras nações, passaram a existir e são agora bolivianos garantidos pela nova constituição.


A nacionalização dos hidrocarbonetos, muito mal entendida pela mídia brasileira, teve um impacto intenso na distribuição da riqueza no país. Foram criados programas como o “Bono Juancitoâ€, que chegou a 1,9 milhão de crianças, que agora não precisam mais abandonar a escola;


O “Bono Juana Azurdeuyâ€, que atinge mais de 200 mil mães, reduzindo drasticamente a mortalidade infantil; e o “Bono Dignidadâ€, para os idosos com mais de 60 anos. Foram iniciativas que deram dignidade àqueles que estão abaixo da linha da pobreza no paóis vizinho.


Também foram criadas três universidades indígenas: Warisata (La Paz), Chapare (Cochabamba) e Kuruyuki (Santa Cruz). Nos primeiros anos de mandado, houve uma verdadeira revolução na Bolívia, e poderíamos ficar citando diversas obras que fazem da política de Evo Morales uma nova esperança aos povos latinos.


Como diz Leonardo Boff: “Com o presidente Evo Morales Ayma, irmão aymara, se ressucita a tradição valente de Tupak Amaru, Tupak Katari e Bartolina Sisa e de Che Guevara. Desta vez não há derrota e nem frustaçãoâ€.


MINÉRIO BOLIVIANO PODE TER IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA PARA O MUNDO


A Bolívia é um pais rico, com 80% das reservas mundiais de Lítio, localizadas no Salar de Yuni. O minério é matéria prima para baterias, e será utilizadíssimo no futuro, quando carros e barcos rodarem com baterias de lítio, que não polui. 


Considerado o alimento mais completo do mundo, festejado por muitos, a Quinua é boliviana, certificada pela ONU (FAO) e pela NASA. Um país que tem muito a oferecer, que tem uma cultura milenar e que justifica nossa união e nossa alegria de poder contribuir para que tenham benefícios com sua riqueza.


Hoje a Bolívia vive um momento único e torna-se referência para o mundo. Evo Morales mostrou que é possível fazer um governo para todos, os avanços comprovam a eficiência das políticas que causaram um impacto profundo nas bases da sociedade boliviana. Definitivamente, o povo está no poder e uma nova era de prosperidade toma conta do nosso vizinho.


E se eles prosperarem, nós, brasileiros, também seremos beneficiados. Afinal, quanto mais nações prósperas houver no continente, mais próspero ele será, como um todo. E o Brasil, acima de tudo, é um país Latino Americano.


Por Marcos Badilho, fotojornalista e diretor de arte nas campanhas de Evo Morales para presidente, em 2005 e 2009.


 


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