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CORTESIA COM CHAPÉU ALHEIO FICA MAIS FÃCIL
Segunda-Feira, 17 de Junho de 2013

É preciso lembrar também de que as gentis cortesias feitas pelo atual governo – como os bilionários investimentos em mobilidade urbana e infraestrutura no Rio de Janeiro, por exemplo, tão efusivamente reconhecidos, em rede nacional, pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) – só foram possíveis após medidas de austeridade fiscal adotadas no passado pela gestão tucana, durante os oito anos de mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.


– Hoje basta você apresentar bons projetos que há dinheiro disponível para investir. Antes você procurava os recursos, mas eles não existiam – discursou o prefeito do RJ, em transmissão para todo o país pelo canal oficial do governo federal, durante visita recente da presidenta Dilma Rousseff à Cidade Maravilhosa.


Pois é bom lembrar ao peemedebista falastrão que antes não havia dinheiro disponível porque o país estava quebrado. Tinha poucas reservas cambiais para honrar compromissos externos, quase nenhum controle das contas públicas e uma inflação que corroía todo o poder de compra e capacidade de investimento da sociedade. Após anos de descontrole administrativo e financeiro, a máquina pública precisava ser reorganizada e sua saúde financeira restabelecida.


Quando assumiu o poder, em 2003, o PT já encontrou o caixa público protegido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a inflação sob controle e as contas externas a caminho do azul. Assim, ficou bem mais fácil irrigar programas sociais e distribuir dinheiro a aliados. As cortesias que estão sendo feitas hoje, portanto, só foram possíveis, em parte, porque já havia bom número de chapéus no armário do Palácio do Planalto quando Lula e Dilma chegaram lá. Então não esqueça disso em seu próximo discurso oficial, prefeito, pois estará sendo bem mais justo assim.


 




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