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ROBIN HOOD AO CONTRÃRIO
Sábado, 05 de Outubro de 2013

Não é à toa que os setores que se beneficiam do estímulo ao consumo vão nadando contra a corrente e se deleitando com a gastança inconsequente do governo e do consumidor. Além da construção civil, que não vê crise com a injeção de recursos da Caixa, a indústria automobilística também segue a passos largos. Em setembro, produziu 15% a mais do que no mesmo mês de 2012, possivelmente no embalo do endividamento vertiginoso que acomete as famílias brasileiras – quase metade delas (45%) hoje tem prestações a pagar. Em 2005, este percentual era de 18%.


Como terminará essa história quando ninguém mais puder gastar? O que faremos no futuro se no presente não investimos em inovação, produção e poupança? Como faremos para alavancar o crescimento no momento em que o dinheiro fácil acabar?


Pelo jeito, nosso Robin Hood terminará beneficiando mais aos ricos do que aos pobres. É o que acontece no mundo real quando uma nação tenta se desenvolver através de políticas populistas e, a partir de certo ponto, irresponsáveis. Sem reformas profundas para equilibrar o Estado e torná-lo mais eficiente, dependeremos sempre de um contraventor com pinta de herói. Como o cofre do reino uma hora ficará vazio no atual ritmo dos saques, acabará faltando para todos, ricos e pobres.




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